quarta-feira, 7 de maio de 2008

Eterna Procura.

Tenho procurado no reflexo do espelho:

Sua face - linda, lisa, louca

Seu sorriso - sublime, supremo, absorto

Seu olhar - negro, noturno, soturno

Seu nariz agudo - ofegante, inalante

Sua boca - risonha, tristonha, medonha.

Mas acho que não vou encontrar.

Poesia inacabada

Queria penetrar sua alma

Desvendar seus mistérios

E me perder em meio ao seu amor....

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Resposta a um blog que falou mal da minha linda cidade.

Na Net tem maluco pra tudo.
Um cara criou um blog e postou um texto falando mal da minha cidade. Ele é tão petulante que assina suas postagem como sendo Deus. Eis a minha resposta:


Fico cada dia mais impressionado com a capacidade pseudo-intelectual de alguns imbecis, que não satisfeitos com suas características físicas, seus trejeitos sorumbáticos e seus anacronismos ululantes, procuram de todas as formas denegrir a imagem de pessoas ou cidades. Isso tudo para que ninguém veja seus próprios erros. Você não é Deus. Você não criou e nem vai criar absolutamente nada coerente e dentro de um campo de raciocínio lógico. Você não é sempiterno. Você é apenas o subproduto de um capitalismo voraz e uma sociedade corrompida e cheia de mazelas. Você é a tradução daquilo que não deveria existir. Tudo o que não presta se traduz em sua pessoa e sua personalidade deturpada, confusa e conturbada. Em seu cerne habita o desejo de ser melhor, mas infelizmente, será eternamente renegado ao obscurantismo e uma vida de fracassos e derrotas. Você será um deus, mas um deus impotente, incompetente e insípido. Seu lugar de habitação será o de sempre, o nada.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Caminhada

Descendo a ladeira da morte

Outrora, subindo os barracos da vida

As cores são turvas, densas e inexpressivas

O caminho é ermo

As árvores estão mortas

Não existe beleza

Só tristeza

Os vultos se acotovelam

Espreitando minha melancolia

Mas, a alma está serena, límpida, plena

O tempo já não é importante

Não existem compromissos

Estaremos entregues ao esquecimento

Viveremos no ostracismo

Teremos a eternidade pra lamentar

Uma vida perdida

Subserviência

Todo e qualquer lapso de liberdade e solapado pelo desejo incontido da subserviência.

Dia de Glória

Fazemos dos erros das pessoas o nosso maior dia de glória, para não morrermos nos anonimato.

Mercado das ilusões

Vende-se um punhado de esperança, na feira das ilusões

Um jovem sonhador, tenta de todas as formas comprar

Mas o vendedor adianta: - é preciso alto preço pagar!

Talvez o jovem não queira, tudo o que tem dar

O vendedor percebe o interesse, começa a negociar

- Me dê parte de sua vida e a esperança pode levar

- Te darei toda ela, se esperança tiver pra continuar

- Negocio fechado!

- Vendi a esperança a quem queria comprar

- Comprei a esperança, só tenho a ganhar.

Para o jovem é melhor uma breve vida com um pouco de esperança, do que uma vida longa e sem nada no que acreditar.

Sentidos

Tenho visto seu olhar, tão frio e sombrio
Que apenas me dá vontade de chorar

Tenho sentido seu desamor
Num total estado de indolência, que às vezes tento disfarçar

Tenho ouvido sua alma abatida, clamando por justiça
E eu? Apenas me coloco de lado, sem nada a declamar

Tenho experimentado seu desamparo
Esboçando um reles amparo

Tenho inalado seus odores
Sem lhe pegar nos braços e lhe curar as feridas das dores

Eu? Sempre na mesma. Sem nada a delatar.

Desilusão

Covas abertas

Almas abatidas

Vidas sucumbidas

Homens sem esperança

Cheios de ódio, ira, vingança

Vidas sem valor

Vidas sem amor

Que horror!

A vida agoniza

No meio de tanta dor

A morte se impõe

A vida tenta prevalecer

Mas é apunhalada, ultrajada

Ferida, alvejada

Só tristeza na caminhada

Ainda tem esperança

No meio da dor

Vamos lutar pela vida

Vamos viver em amor

Sem sofrimento

Sem dor

Sem horror

Medo ou pavor

Silêncio aflito

Pro dia não passar em branco

É melhor filosofar

Mas, fazer filosofia barata

É preferível calar

Calar faz doer à alma

A alma que só quer falar

Falar das agruras da vida

Que nos fazem chorar

Confusão

Tudo é tão bom e tão belo

Que às vezes confundo o bom com o belo

Ou, o que é belo com bom

O bom não pode ser confundido com o belo

Nem o belo com o bom

Se o bom for confundido com o belo

Quanta confusão ganhará o bom

Quanta beleza perderá o belo

Busca

Estou em busca de algo

Que não posso precisar

Procurei tantas vezes, e, em muitos lugares

Que acho que não vou encontrar

Prefiro ter a vida extraída

Do que parar de procurar

Palavras

As palavras fogem
Fogem porque não querem ser escritas por homens de índole má

As palavras voam
Voam para uma terra erma e distante
Fugindo da armadilha de perversos pregadores

As palavras se escondem
Escondem-se nos recônditos das florestas
Em busca de proteção contra o laço mortal dos lisonjeiros

As palavras fogem, voam e escondem-se
Com medo de serem possuídas por homens que não sabem amar.